Por Martin Smith
Existe essa “coisa” que nós referimos como a Presença de Deus. Não tenho certeza se existe outra forma de rotular ou um termo mais inteligente para descrevê-la corretamente. Mas, novamente, eu gosto da frase Presença de Deus: é exatamente isso que é. Ela faz o que diz na lata. É quando Deus está perto, é quando sentimos que Deus está mais perto do que o ar em uma sala cheia de vapor. É quando toda essa conversa sobre “isso” torna-se falar uma conversa sobre “Ele”. E se acreditamos que Deus não está morto, mas vivo; isso é a mais preciosa “mercadoria” que temos. Quando Jesus deixou a terra para estar com o Pai novamente Ele disse que deixaria seu “Espírito” conosco. O Espírito Santo. O Espírito Santo, nosso consolador. Esse é o “Espírito” que dá vida à lei.
Agora, as leis são boas, mas nós sabemos através da história da humanidade que ninguém pode manter todas elas. A lei é apenas a metade da história – isso é tudo o ela pode ser. O “best-sellers” – os únicos que têm toda a história – sempre terão também o “Espírito” embutida na trama. É na Presença do Deus Vivo que nós somos condenados por nossos pecados. É aí que percebemos como é bom ter limites, como é bom ficar longe de problemas, como é bom não pegar o fruto da árvore. Quando fazemos a escolha de obedecer à lei à luz de Seu “rosto” é que começamos a entender a liberdade. Estou maravilhado com a história de Moisés, no momento em que ouviu a voz de Deus vindo de uma sarça ardente. Deus sempre fala nos lugares mais inusitados e aqui Moisés descalçou suas sandálias ao lado de alguns arbustos com chamas, mas que na verdade não queimavam! [um complemento: Pergunto-me se já parecia estar em chamas, mas não “pegando fogo”, por assim dizer] De qualquer forma, a única coisa que tomou a atenção de Moisés foi o própria “Presença” de Deus. Depois de perceber que ele estava na companhia de seu Criador, ele lhe fez uma pergunta simples. “Quem eu digo que me enviou?” “EU SOU O QUE SOU”, “EU SOU me enviou a vós”. Disse o suficiente.
Nos últimos 20 anos tivemos uma revolução na forma como nos apresentamos como igreja. Quando eu era criança eu lembro-me da primeira vez que perguntei se poderíamos ter um kit de bateria no culto da noite e se eu poderia tocar uma guitarra “real”, do tipo que você conecta a um Vox AC30. A organista, uma senhora muito doce, pensou que tínhamos ido para o “lado negro” mas por ser honesto com ela, ela seguiu em frente acreditando que sem ela o som seria “chato”. Hoje em dia é comum ter bandas de louvor e adoração com o som parecido com o do Coldplay ao redor de todo o mundo tocando hinos modernos em uma manhã de domingo. Eu amo isso, eu celebro isso e eu acho que Deus ama também. Eu também acho que Deus ama a criatividade.
Calças jeans justas com meias e sandálias, cortes de cabelo estilosos em vez de conservadores, tatoos, cintos arco-íris e “igreja nova” em uma tela de vídeo da largura da Tower Bridge (Tower Bridge é a famosa ponte que fica sobre o rio Tamisa em Londres).
Eu amo tudo isso. Mas às vezes fico nervoso. Preocupa-me que não precisemos mais de Deus. Não sentimos a necessidade de tirar nossos sapatos. Será que realmente sentimos falta Dele nos dias de hoje? Depois que todas as reuniões de nossa igreja tornaram-se “perfeitas” e agora aprendemos como ´fazer´, temos a “coisa” em último plano. De qualquer maneira, quem precisa de Deus quando podemos cantar “Historymaker” (Fazedores de História) o que nos faz sentir muito bem debaixo do equipamento de iluminação novo? Eu não sou um cínico, eu sou parte do problema.
Temos ministrado a nós mesmos e acreditamos que essas coisas vão atrair os “sem-igreja” ou fazer Jesus “legal” novamente para uma sociedade pós-moderna. Sinto muito se o “show” nunca foi parar no “nooma”. (uma série de curtas que apresenta perspectivas espirituais em experiências da vida individuais). Os seres humanos querem ser amados, não impressionados. Regozijo-me com o espírito pioneiro que tomou igreja em um novo século, mas nunca devemos nos esquecer da “coisa” mais poderosa que temos, o nosso distintivo, a nossa alegria o nosso prêmio … a Presença de Deus. Não vamos recuar para velhos padrões nostálgicos, mas continuar rompendo as fronteiras criativas, mas em tudo, vamos saber no fundo de nosso ventre que “além do Senhor, não somos nada”. Podemos ter “tudo”, mas nada se deixarmos Deus de lado no palco. Mesmo Wayne Rooney (atacante do Manchester United) não pode marcar se estiver no banco.
Deus quer ser envolvido, para dar vida ao povo, para curar o câncer, para abrir os olhos dos cegos, para ajudar alguém a sair da dívida ou ajudá-los através da dor da traição. Ele pode levar nossa “loucura” e fazer o melhor. Ele pode agir no caos e trazer a verdade. Ele pode tomar uma velha senhora sobre o órgão e dar vida a seus dedos envelhecidos de modo que quando ela tocar os pessoas vão ser quebrantadas. Deus não se impressiona com a excelência, mas com a pureza. Deus está cansado do ar-escovado da adoração e se delicia apenas com o sacrifício de louvor. Isto significa que qualquer um pode fazê-lo, todos estão incluídos. Tudo o que temos a fazer é convidar Deus para a festa e vamos ver um tsunami de seu poder inundando a terra mais uma vez.
Acredite em mim, não vamos retroceder, temos que ir a adiante. Quando alguém pergunta quem nos enviou, podemos confiantemente responder: “EU SOU me enviou a vós”. Isso vale tanto para o velho tradicional quanto para Chris Tomlin cantando em um estádio. Nossa confiança não está no sistema de som, mas na voz de Deus. Não está mais nas músicas, mas naquele que canta sobre nós. Deus pode fazer coisas maravilhosas quando está em campo, e sabe porquê? Ele nunca perde.
Martin Smith é casado com Anna e têm seis filhos. Martin foi o vocalista e líder da banda Delirious? Suas canções incluem “I Could Sing Of Your Love Forever” (Cantarei Seu amor para sempre) ,”Majesty” (Majestade) e “What A friend I’ve Found” (Que amigo encontrei). Martin e Anna começaram o movimento Compassionart; uma instituição de caridade que arrecada fundos para ajudar comunidades mais pobres, restaurando a esperança e inflamando a justiça.
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